terça-feira, 26 de julho de 2011

Operações Long & Short

Neste post gostaria de apresentar uma forma diferente de operar para aqueles que não querem ficar a mercê da direção do mercado. Trata-se do long & short.

Consiste na compra de um ativo x e venda simultânea de um ativo y, de modo que o financeiro da operação de compra e venda fique próximo de zero.

Como trata-se de uma operação que independe da direção do mercado é imprescindível que os ativos x e y pertençam ao mesmo segmento de atuação. Ex.: banco com banco, petróleo com petróleo, mineradora com mineradora, siderurgia com siderurgia, construtora com construtora e assim por diante.

Para exemplificar vamos tomar duas construtoras no periodo de 1 ano, GFSA3 (Gafisa) e CYRE3 (Cyrela).


Se observarmos o gráfico acima temos a Cyrela na cor marrom e a Gafisa em azul. Notem que, por se tratarem do mesmo setor de atuação, se afastam uma da outra e depois convergem novamente.

Como podemos aproveitar essa movimentação?

A grosso modo seria, quando tivermos as duas bem afastadas uma da outra, montamos a operação e quando convergirem ou estiverem prestes a convergir desmontamos.

Vamos imaginar um investidor que no dia 29/03/2011 montou uma operação de long&short e a desmontou em 28/04/2011. Vamos colocar um financeiro em torno de 50.000.

Em 29/03 a GFSA3 estava cotada a 9,73 e a CYRE3 em 14,68. Assim tomamos um BTC (aluguel) de 5100 GFSA3 e vendemos o papel (recebimento de 49.623); a venda é chamada de "short".

Com este financeiro e mais um pequeno desembolso, compramos 3400 CYRE3 ao custo de 49.912. Na montagem da operação desembolsamos 49.623 - 49.912 = -289 (valores brutos sem considerar as taxas); a compra é chamada de "long".

Em 28/04 a GFSA3 fechou em 9,26 e a CYRE3 em 16,03. Desmontamos a operação, ou seja vendemos 3400 CYRE3 (recebimento de 54.502) e recompramos as 5100 GFSA3 ao custo de 47.226 e devolvemos ao doador (proprietário do ativo alugado). Desembolso da operação: 54.502-47.226 = 7.276.

Lucro da operação: 7.276-289 = 6.987 ou aproximadamente 14% em 30 dias.

Vale a pena estudar a respeito. Bons negócios a todos !!!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Operações de Financiamento

No post anterior, falamos um pouco sobre os movimentos do mercado e de como podemos nos beneficiar destes se pudermos entendê-los.

Falaremos hoje sobre operações de financiamento ou operações de proteção, caracterizadas pela compra de determinado ativo e venda de uma opção de compra do mesmo ativo por um preço pouco acima do nosso preço de entrada.

Este tipo de operação é recomendado para aqueles investidores que querem remunerar a sua carteira de ações.

No Brasil, podemos montar essas operações basicamente com quatro ativos: PETR4, VALE5, OGXP3, BVMF3. Com outros ativos, a falta de liquidez das opções de compra dificulta a sua montagem.

Vamos exemplificar:

  • Considere um investidor que tenha adquirido hoje um lote de 1000 VALE5 ao preço de fechamento do dia, R$ 46,15 (investimento de R$ 46.150,00 sem considerar as taxas);

  • Poderia lançar (vender) 1000 opções de compra VALEH47 (strike R$ 46,48) ao preço de R$ 0,94. O vencimento da série H é para 15/08/2011. Receberia como prêmio R$ 940,00;

  • Caso a ação supere os R$ 46,48 até 15/08 o investidor se obriga a entregar o lote adquirido por R$ 46,15, ao preço de R$ 46,48. Embolsaria mais R$ 0,33 por ação, ou seja, R$ 330,00;

  • Lucro obtido (R$ 940,00 + R$ 330,00 = R$ 1.270,00). Retorno de 2,75% em menos de 30 dias;

  • Caso a ação fique abaixo de R$ 46,48 até 15/08 o investidor não será exercido, ou seja, permanecerá com as ações e poderá montar uma nova operação com a série I, vencimento em 19/09;

  • Perceba que no início da operação recebeu R$ 0,94, ou seja, é como se tivesse adquirido o lote a R$ 45,21 por ação (R$ 46,15-R$ 0,94). Por isso é também chamada operação de proteção (A Vale poderia cair até R$ 45,21 que não incorreria em perda).

Este tipo de operação é bem interessante quando o mercado está de lado ou com pequenas quedas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011



Atualmente estamos vivendo um momento de baixa no mercado. O gráfico acima representa o movimento do índice bovespa (ibov) no período de 07/2009 a 07/2011.

Note-se que até o final de 2009, é claro o movimento de alta. Depois, andamos de lado durante quase todo o ano de 2010, com alguns tropeços e recuperações, chegando até a superar um pouco a pontuação alcançada em dezembro de 2009 no mês de novembro do ano passado. De lá para cá percebemos que o mercado inverteu iniciando uma nova tendência de baixa.

O que fazer então? Como podemos aproveitar estes movimentos?

  • Na alta, podemos comprar ações e nos manter comprados até o mercado nos sinalizar uma reversão do movimento;

  • Com o mercado de lado, podemos fazer algumas operações de proteção, como por exemplo, operações de financiamento, que consistem na compra de um ativo e venda de uma opção de compra do mesmo ativo com um strike acima do nosso preço de aquisição;

  • Na baixa, podemos alugar um determinado papel (BTC), vendê-lo, recomprá-lo mais barato e depois devolvê-lo ao doador embolsando o lucro na operação.

O que quero mostrar neste primeiro post é que sempre existem alternativas de operação independente da direção do mercado. Só precisamos identificar os movimentos e operar na direção certa.