O tema em si é bastante atrativo e muitos que ingressam no mercado de ações tem justamente esse objetivo.
Quero mostrar aqui, do meu ponto de vista pessoal, que é um objetivo factível, mas que requer paciência e disciplina.
O mercado de ações oferece riscos. Assim, precisamos nos arriscar pra auferir os resultados que queremos, todavia tendo o cuidado de não nos expormos em demasia.
Vou mostrar aqui como fazê-lo de forma consistente e minimizando os riscos.
É comum ouvir por aí que só se ganha no longo prazo. Trades curtos não levam a um bom resultado no longão.
Não vou discordar dos fundamentalistas com este pensamento. Acredito que é possível ganhar no longão, mas o problema é que não dá pra mensurar quando será esse longão.
Se pegarmos um investidor que entrou no mercado no início de 2010, pós-recuperação do sub-prime americano, ele ainda acumula perdas, pois de lá pra cá a bolsa se desvalorizou.
Assim, esse modelo é válido para prazos bem longos pensando na aposentadoria e se esta ainda estiver bem distante.
Então como ganhar de forma consistente e no curto prazo pra conseguir uma renda que nos permita viver de bolsa?
Uma resposta bastante comum para muitos é: fazer day-trades. Realmente operações assim são bastante regulares pois trazem um resultado diário, assim, basta "acertar" a mão para que o dindin comece a pingar.
Parece fácil, mas na prática não o é. Day-trade é adrenalina total. As decisões precisam ser rápidas e precisas e os cenários podem mudar abruptamente de direção sem aviso. Ademais vem o principal, é difícil diluir o risco porque é complicado administrar vários trades simultaneamente.
Como o nosso objetivo é viver de bolsa de forma consistente esse caminho não me parece o mais adequado.
E qual caminho seguir então? Como falei, do meu ponto de vista pessoal e já tenho histórico pra comprovar, a melhor forma pra conseguir esse intento é através de operações no curto prazo, swing-trade e de forma direcional.
Vamos ao passo-a-passo:
- Pegue o seu capital pra investir em ações e limite um percentual admissível pra perdas, por exemplo 5%. Esse será o risco máximo que irá assumir em suas operações;
- Monte uma carteira de ações diluindo esse risco pelas ações que a compõem. Assim, se tiver 10 ações, a perda máxima admissível pra cada uma será de 0,05% do seu capital de risco;
- Opere de forma direcional, quebre o paradigma de olhar somente compras. Saiba que é possível vender primeiro e recomprar depois, estratégia pra operar com o mercado em queda através do aluguel de ações;
- Aplique o gerenciamento de risco. Quando entrar em uma operação tenha sempre o ponto de entrada, objetivo e stop (saída de emergência se não der certo) pré-definidos e mantenha a disciplina;
- Foque nas operações onde o retorno em potencial supera o risco assumido. Assim, não precisará acertar a maioria das operações para ganhar;
- E aqui o ponto que considero "o pulo do gato". Tenho observado que de uns tempos pra cá estratégias passivas não têm se mostrado vencedoras. Uma vez iniciada a operação adote uma postura dinâmica pra ir ajustando os trades conforme se desenvolvem. Uma ideia bastante interessante é criar um stop móvel pra melhorar o stop conforme o trade vai evoluindo, por exemplo um critério pra trazê-lo pro break even, 3%. Toda vez que o trade avançar 3% favorável à estratégia traga-a para o zero-a-zero e mantenha essa folga até encerrá-la. Se estopar antes do objetivo já sairá na zona de lucro.
Criei uma carteira assim em 2013 pela corretora Rico ainda sem adotar a característica direcional e foi vencedora. Neste ano incluí esse critério e já começa a apresentar um grande descolamento em relação ao índice.
Queria ainda dizer que antes de trabalhar como analista gráfico passei um período onde literalmente vivi de bolsa. Assim, posso afirmar que isto é possível.
Não consigo detalhar muito mais o assunto em um único post. Penso que a melhor maneira de fazê-lo seria através de um curso onde poderia passar a minha forma de operar, montar as estratégias e principalmente compor tal carteira.
Sigam-me no twitter @lima_Evandro
Até a próxima!
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